Mahavira e Siddhartha Gautama: os grandes líderes espirituais da Índia Antiga.
Esse período de ocupação marcou o início do Período Védico, que vai de 1500 a.C. até 500 a.C.. As grandes fontes documentais que narraram a história indiana nessa época são um conjunto de hinos religiosos conhecidos como Vedas. Esses hinos, todos eles escritos em sânscrito, se dividem em quatro partes: “Atharva-Veda”, “Sama-Veda”, “Yajur-Veda”, e “Rig-Veda”.
Outra fonte de conhecimento histórica também é encontrada nos “Brahmanas Upanichades”, que relatam o momento em que a civilização indiana conquista a Planície Indo-Gangética. Além de fazer menção à formação e expansão indiana, esses documentos também são de grande proveito na compreensão das influências culturais que dá origem à sociedade hinduísta. É justamente quando observamos a organização da sociedade indiana em castas.
As castas organizaram a sociedade indiana durante vários séculos. Dentro desse modelo, a condição de um indivíduo é determinada pelo seu nascimento. Em cada uma das castas observamos o direito nato de exercer determinadas profissões definidoras do prestígio e da posição social. A casta superior é ocupada pelos brâmanes, líderes religiosos do povo indiano. Em contrapartida, a casta inferior é formada pelos párias, pessoas incumbidas de serviços considerados degradantes.
No século VI a.C., o Período Védico é marcado por intensas transformações nos campos religioso e intelectual. É nessa época que notamos a profunda transformação empreendida por dois grandes líderes religiosos: Siddhartha Gautama e Mahavira. Ambos pregavam uma prática religiosa marcada pelo ascetismo e a constante reflexão espiritual. Siddharta Gautama foi responsável pela criação do budismo e Mahavira o precursor do jainismo.
No século seguinte, os hindus (nome pelo qual a civilização indiana era designada) sofreram com a expansão do Império Persa. Sob a liderança dos reis Ciro I e Dario I, diversas regiões da atual Índia foram controladas pelos persas. No século IV a.C., os macedônicos – liderados por Alexandre, O Grande – venceram os persas na Batalha de Gaugamela e, dessa forma, passaram a controlar algumas regiões da Índia como o Porus e Taxila.
Com a divisão dos territórios alexandrinos, um novo império viria a se consolidar na Índia: o Império Mauria. Inicialmente liderados por Candragupta Mauria, os maurias expulsaram os gregos do território indiano exercendo controle sobre o território de Mágada. Nos governos de Bindusara (298 a 272 a.C) e Açoka (272 - 232 a.C), novas regiões vieram a ser anexadas pela política expansionista patrocinada por esses dois monarcas.
No breve período em que se consolidou na história indiana, o Império Mauria foi responsável por um considerável número de obras públicas que incentivaram a agricultura e o comércio. Diversas obras de irrigação possibilitaram o desenvolvimento de uma próspera economia agrícola rigidamente controlada pelo Estado. Prisioneiros de guerra e camponeses eram obrigados a explorar terras pertencentes ao Estado, e as atividades comerciais eram mantidas com os gregos, persas, malaios e mesopotâmicos.
A crise do Império Mauria possibilitou a invasão de outros povos. No século II a.C., o Reino de Bactria controlou a porção oriental do antigo Império Macedônico, sob a liderança de Demétrio II. Em 80 a.C., os sakas, povo oriundo da Ásia Central, realizaram a expulsão dos gregos do território indiano e controlaram a região do Punjab. Nesse período diversos reinos dividiram a Índia, os andhras, sungas, tâmiles, bharasivas e kushans.
Depois de um período de grande instabilidade política, a Índia viveu um novo processo de centralização política com a ascensão do Império Gupta, no século IV.
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